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Festival nativista do RS desclassifica mais de 10 músicas feitas por inteligência artificial

Califórnia da Canção Divulgação A Califórnia da Canção Nativa, um dos mais tradicionais e respeitados festivais nativistas do Rio Grande do Sul, elimino...

Festival nativista do RS desclassifica mais de 10 músicas feitas por inteligência artificial
Festival nativista do RS desclassifica mais de 10 músicas feitas por inteligência artificial (Foto: Reprodução)

Califórnia da Canção Divulgação A Califórnia da Canção Nativa, um dos mais tradicionais e respeitados festivais nativistas do Rio Grande do Sul, eliminou mais de dez músicas supostamente produzidas com ajuda de inteligência artificial na triagem da edição passada. A informação foi confirmada por Maxsoel Bastos Freitas, integrante da comissão organizadora do evento: "Estamos de olho nisso. As obras feitas por IA ficam evidentes por uma série de fatores que a comissão analisa." Maxsoel reforça ainda o compromisso da Califórnia em preservar a essência humana e a autenticidade da música nativista gaúcha. Veja quem foram os vencedores da edição de 2024 no vídeo abaixo. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp 🎵 Realizado em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do RS, o festival é reconhecido como berço da autenticidade e do talento regional. O festival já premiou clássicos como "Esquilador" e "Veterano, obras que marcaram a história da música gaúcha e ajudaram a consolidar a identidade artística do estado. Vencedores da 46° Califórnia da Canção Nativa são anunciados Denúncia partiu de músico O tema veio à tona após uma publicação de Nilton Ferreira, um dos maiores músicos do segmento, sobre o uso de ferramentas de inteligência artificial na criação musical. Ferreira contou que foi procurado recentemente por um "poeta", como o próprio se intitulou, para regravar uma música criada inteiramente — letra e melodia — por IA. A intenção era enviá-la para a Califórnia. O motivo alegado: o cantor da gravação original "não tinha o sotaque de gaúcho na voz". "Quando ele colocou a música, eu vi 'de vereda' que era inteligência artificial, né? As métricas apressadas, a voz com sotaque de outra região do país... Eu vi na hora", lembra Nilton. O artista apresentou um orçamento de R$ 6 mil para refazer a produção — R$ 1 mil para o violão, R$ 1 mil para a gaita, R$ 1 mil para o baixo, e o restante para estúdio, voz, mixagem e masterização. "Falei pra ele que eu ia ter que refazer toda a letra, pegar a ideia principal, reconstruir tudo. E pedir para músicos verem se a melodia tem cabimento. Isso custa caro, não é brincadeira", diz. O cliente entendeu que o valor seria alto demais e desistiu. "Produzir música artificial para concorrer num ambiente que foi idealizado para ser um laboratório de novos talentos é demais, né, tchê? Esse espaço é pra quem busca seu lugar com dedicação, pensando cada melodia, cada palavra", acredita Nilton Ferreira. Nilton Ferreira Divulgação VÍDEOS: Tudo sobre o RS

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